Consignado varia até 3 pontos percentuais entre bancos e tem juro maior para quem usa FGTS como garantia

Pesquisa do Procon-SP mostra diferenças significativas nas taxas cobradas por instituições financeiras em contratos de até 48 meses


Carteira de trabalho digital. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Porto Velho, RO – A Fundação Procon-SP divulgou em julho os dados da pesquisa sobre as taxas de juros do empréstimo consignado, coletados no dia 10 de junho de 2025. O levantamento indica aumento nas taxas médias praticadas para aposentados do INSS e servidores públicos estaduais em contratos de 12 meses, com elevações de 0,19 e 0,10 ponto percentual, respectivamente, em relação a junho de 2024.Já para trabalhadores da iniciativa privada, houve recuo de 0,29 ponto percentual na comparação anual. Entre os contratos com prazo de 48 meses, os juros subiram para todos os grupos analisados: 0,10 ponto para servidores estaduais, 0,20 para aposentados e 0,17 ponto percentual para funcionários de empresas privadas.

A menor taxa média registrada nos contratos de 12 meses foi de 1,84% ao mês, para aposentados do INSS. A maior foi no programa Crédito ao Trabalhador, com 4,32% ao mês. Para prazos de 48 meses, os servidores federais tiveram a menor taxa média (1,81% ao mês), enquanto trabalhadores da iniciativa privada enfrentaram os maiores encargos, com média de 3,76% ao mês.

Nova fase inclui mais públicos

A edição de junho da pesquisa passou a incluir três novos grupos: servidores públicos municipais e federais do Estado de São Paulo, além de beneficiários do Crédito ao Trabalhador. Essa modalidade permite usar até 10% do saldo do FGTS como garantia e 100% da multa rescisória em caso de demissão.

As análises foram feitas com base nas informações de seis instituições financeiras. Foram levantadas as taxas máximas praticadas para prazos de 12 e 48 meses. A diferença entre os juros cobrados chegou a 3,02 pontos percentuais no Crédito ao Trabalhador (de 2,90% a 5,92% ao mês). Entre os funcionários de empresas privadas, para contratos de 48 meses, a variação foi de 2,52% a 5,59% ao mês — uma diferença de 3,07 pontos percentuais.

Mudanças em relação ao trimestre anterior

Na comparação com os dados de fevereiro de 2025, os contratos de 12 meses para servidores estaduais registraram queda de 0,08 ponto percentual. Para aposentados, houve aumento de 0,04 ponto, enquanto os funcionários de empresas privadas viram uma redução de 1 ponto percentual.

Nos contratos de 48 meses, as taxas caíram 0,33 ponto para servidores estaduais e 0,53 ponto para trabalhadores da iniciativa privada. Já os aposentados tiveram aumento de 0,05 ponto percentual.

Bancos restringem modalidades

Durante a apuração, algumas instituições comunicaram restrições na oferta. O Banco do Brasil informou que suspendeu todos os convênios de crédito consignado privado e os substituiu pelo programa Crédito ao Trabalhador. A taxa máxima, segundo o banco, não foi divulgada porque é definida individualmente, com base no risco de inadimplência e perfil do empregador.

O Bradesco declarou que não oferece crédito consignado para servidores federais com prazo de 12 meses. O Santander não opera essa modalidade para servidores municipais nos prazos de 12 e 48 meses, nem para servidores federais com contratos de 48 meses.

Procon-SP orienta consumidores

Segundo o Procon-SP, os consumidores devem comparar taxas de diferentes bancos para contratos de igual prazo, valor e condições. A taxa de juros aplicada depende de variáveis como a Selic, o risco de inadimplência, o tipo de convênio e os custos operacionais.

O órgão também alerta que as instituições financeiras devem garantir transparência nas informações, para que o consumidor possa tomar decisões com base em dados completos.

Fonte: Carta Capital