A decisão já estava tomada há vários dias. Só não foi anunciada antes por estratégia, porque alguns detalhes precisavam ser definidos. Mas só quem é ingênuo na política poderia imaginar que a mais forte liderança do partido em Rondônia, o governador Marcos Rocha, fosse excluído de qualquer plano de comando em relação ao União Brasil e, agora, à Federação que o uniu ao PP. Dias atrás, quando houve a oficialização da Federação, já estava tudo alinhavado para que Rocha assumisse como comandante em chefe dela no Estado que ele governa. Houve floreios e desvios no foco central, mas as conversações já estavam adiantadas e só faltava a batida do martelo.
Marcos Rocha e seus aliados conversavam com o presidente nacional do União Brasil, Antonio de Rueda, uma voz muito poderosa dentro da nova Federação recém formada. O União, aliás, ficou, no acordo feito com o PP, com o poder de indicar o candidato ao Governo. Marcos Rocha, além de ter este poder a partir de agora, tem também a garantia da vaga para concorrer ao Senado, que é a sua grande meta para o ano que vem.
Mudam muitas coisas, neste pacote de decisões políticas. Confirma-se, definitivamente, a liderança de Rocha no Estado; seu poder de articulação em relação às negociações partidárias e, ainda, consolida sua posição de coordenador de um projeto eleitoral que seguirá agora sob sua orientação e seu comando. Ele decidirá quem será o candidato ao Governo, que pode ser Sérgio Gonçalves (o mais provável, já que tem o aval do diretório nacional) ou outro nome, inclusive alguém do PP e a partir de agora começa a conversar com o poder decisório na mão.
Enfim, Marcos Rocha conquista para si um direito que parecia óbvio no mundo do poder, mas que em Rondônia ainda estava sendo questionado. Usou o Governador de talento de negociador político, o fez não como carioca que é, mas como se fosse mineirinho, silenciosamente e foi tomando posse do que, na verdade, já era dele. Claro que nestes dias os bastidores fervilharam e muita coisa do que aconteceu não chegará ao público, mas a verdade é que, definitivamente, agora, em relação às eleições de 2026, as coisas começam a ficar claras sobre para que mãos o poder político está caminhando.